quarta-feira, 13 de agosto de 2008

coloRINDO


Simplesmente relaxo,
Mudo de lado,
Observo sem querer entender,
Entendo o que não queria saber,
Tudo que não tem valor,
É sem vida,
É insosso,
É incolor,
É fraco,
Deixo para trás as sobras,
Ressuscito os mortos,
Tempero com Sal a vida,
Coloco cores nos traçados opacos,
Dou força ao fraco,
Reinvento a vida,
Fecho o livro,
Deixo de lado os excessos,
Olho para frente e sigo sorrindo,
No caminho, o peso do entusiasmo,
Só as boas lembranças do passado,
Nas costas o descaso,
Dos lados os amores,
Na frente o indeterminado,
Colorindo a vida, sigo.

ELA

Tem cheiro de desilusão,
A noite fria da favela,
O deserto dos pensamentos,
Que se enche de constrangimento,

Casas sem sacadas,
Cores amarronzadas,
Janelas miúdas,
Tem formato de solidão,

Aqui não se vê expressão,
Não se tem proteção,
O caminho é torto,
O calor é humano,

A saída é uma descida,
A subida é um martírio,
A permanência é a desistência,
O sorriso é a musculatura necessária,

É povoada pelo costume,
É sufocada pela realidade,
Com cores fechadas,
Cheiro forte,

O brilho do sol não entra,
É barrado pelas paredes cinza,
Do sol só o calor escaldante,
Da lua o temor à escuridão,

Não se pode fugir,
Não é você que está nela,
Ela está em você.




Latente


No sentimento intrínseco somos energia,
Raciocínio constante, lembranças e desejos,
Uma junção de imagens e relatos,
A espera se assemelha a uma ventania,
Com velocidade indescritível, imensurável,
Sem lados, sem sentidos,
Que explode, lateja e some,
Nas nuances dos movimentos,
Que se aplica a este momento,
No outro vigora outros desejos,
De tudo só é real o que se vive,
Latente é o momento.